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MMA lança iniciativa AdaptaCidades

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O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) lançou, nesta quarta-feira (12/2), a iniciativa AdaptaCidades. O projeto busca apoiar estados e municípios com recursos técnicos e financeiros para o desenvolvimento de estratégias e planos locais e regionais de adaptação à mudança do clima, fortalecendo sua atuação nessa agenda.

Participaram do ato, realizado durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília (DF), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho; o secretário especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, André Ceciliano; o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Edvaldo Nogueira; e a deputada federal Tabata Amaral. Também estiveram presentes a secretária nacional de Mudança do Clima do MMA e diretora-executiva da COP30, Ana Toni, e o secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental da pasta, Adalberto Maluf.

Na cerimônia, representantes de onze estados – Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins, Paraná – e do Distrito Federal assinaram manifestação de interesse em aderir à iniciativa. Todos os estados do país podem participar.

O próximo passo é a indicação, por cada estado, de dez municípios prioritários com alto índice de risco climático. Também poderão se beneficiar do programa consórcios intermunicipais e associações de municípios em caráter excepcional e por indicação dos estados. A aprovação das indicações será feita pelo MMA com base em critérios técnicos, considerando o risco climático e o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Criado por meio da Portaria MMA nº 1.256, o AdaptaCidades enfrentará dois importantes gargalos para a construção de planos locais e regionais de adaptação à mudança do clima, fundamentais para lidar com os impactos do aquecimento do planeta: a falta de capacidade técnica e de financiamento. A meta do governo federal é auxiliar na elaboração de 260 desses planos em 2025.

“A iniciativa AdaptaCidades nos fará liderar pelo exemplo”, afirmou Marina Silva durante o evento. “A partir dela, queremos ajudar prefeitos e prefeitas a saber onde ‘bater o martelo’”, complementou. “Vamos sair da gestão do desastre para a gestão do risco.” 

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Jader Barbalho Filho destacou que o financiamento é essencial para viabilizar a agenda de adaptacão à mudança do clima. “Se não tivermos dinheiro no orçamento, não conseguiremos desenvolver ações de adaptação. Prevenção e adaptação têm que ser prioridade nesse país”, disse.

Renato Casagrande destacou que o AdaptaCidades auxiliará os municípios a cumprirem seu papel no enfrentamento à mudança do clima. “Os prefeitos e prefeitas têm muito o que colaborar com esse tema. Seja na área de adaptação ou mitigacão, em relação, por exemplo, ao controle do desmatamento ilegal.” 

Edvaldo Nogueira também ressaltou a importância dos prefeitos e prefeitas para a ação climática. “O clima não foi melhor debatido porque essa discussão ficou na esfera das questões globais, dos estados e países. Os municípios estão sendo convocados agora para essa batalha.”

O investimento total para implementação do AdaptaCidades chega a R$18 milhões provenientes do Fundo Verde para o Clima e outras fontes. O valor vai ajudar na contratação de mobilizadores e facilitadores para engajamento e suporte técnico, realização de oficinas e mentorias para gestores estaduais e municipais, produção e distribuição de materiais técnicos e ferramentas, além de custos logísticos para atendimento regional e operacionalização das atividades. 

Para engajar estados e municípios, será formada uma equipe de mobilizadores responsável por fornecer suporte técnico e operacional durante a elaboração dos planos. O governo federal também vai disponibilizar capacitação por meio digital e presencial, com a realização de oficinas nos estados, ensino à distância (EAD) na plataforma da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e mentoria online.

O AdaptaCidades foi instituído no âmbito do Programa Cidades Verdes Resilientes, que busca aumentar a qualidade ambiental e a resiliência das cidades brasileiras frente aos impactos causados pela mudança do clima, além de promover a integração de políticas urbanas, ambientais e climáticas. 

O projeto é fruto de um processo participativo que considerou contribuições coletadas em quatro oficinas realizadas ao longo de 2024. Os encontros tiveram a participação de representantes dos governos federal, estaduais e municipais.

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Ferramentas para construção de resiliência climática

O AdaptaCidades é uma das ferramentas desenvolvidas pelo MMA para estimular a construção da resiliência do país frente aos impactos da mudança do clima, como o aumento e intensidade de eventos climáticos extremos, a exemplo da seca que atingiu o Brasil em 2024 e as chuvas severas que causaram a tragédia do Rio Grande do Sul em maio do ano passado.

O programa está alinhado ao Plano Clima, que será o guia das ações de enfrentamento à mudança do clima no Brasil até 2035. O plano tem pilares voltados à redução das emissões de gases de efeito estufa (mitigação) e à adaptação dos sistemas naturais e humanos aos impactos da mudança do clima. Além das Estratégias Nacionais de Mitigação e Adaptação, será composto por planos setoriais: são sete para mitigação e 16 para adaptação. O Plano Clima traz ainda Estratégias Transversais para a Ação Climática, que definirão meios de implementação (como financiamento, governança e capacitação) e medidas para a transição justa, entre outros pontos.

Além disso, o AdaptaCidades reforça o compromisso do Brasil com o Federalismo Climático, conforme estabelecido na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) brasileira, a meta climática do país sob o Acordo de Paris.

Acesse a página da iniciativa AdaptaCidades

Calendário de implementação da iniciativa AdaptaCidades:

  • 27/12/24: Publicação da portaria;

  • 13/02/25: Prazo de assinatura do Termo de Adesão dos estados;

  • 13/03/25: Prazo para primeira entrega da lista de municípios e preenchimento de formulário de justificativa para retirada/inserção de municípios (dez primeiros do ranking);

  • 31/03/25: Resultado da análise da primeira lista pelo governo federal;

  • 14/04/25: Prazo para segunda entrega da lista de municípios (caso necessário);

  • 30/04/25: Resultado da segunda análise do Governo Federal (caso necessário);

  • 14/05/25: Prazo para entrega do plano de trabalho e dos termos de adesão municipais devidamente assinados (conforme lista acordada entre as partes). 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

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“Negociadores precisam agir com o senso de urgência exigido pela crise climática”, diz Marina Silva sobre Conferência de Bonn

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“Em Bonn, os negociadores precisam agir com o senso de urgência exigido pela crise climática e avançar em questões pendentes das últimas COPs”, destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, sobre a Conferência do Clima de Bonn, na Alemanha, que se estende até 26 de junho e marca a primeira rodada presencial de negociações climáticas do ano. 

A 62ª sessão dos Órgãos Subsidiários da Convenção das Nações Unidas é fundamental para definir as pautas que nortearão a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, a ser realizada em novembro, em Belém (PA). A agenda serve como plataforma para o compartilhamento de atualizações científicas e tecnológicas,  promover o fortalecimento de consensos necessários para o alcance de resultados negociados entre os países, bem como a implementação de ações climáticas globais.

O encontro anual na Alemanha é tradicionalmente visto pela diplomacia internacional como uma oportunidade para aprofundar discussões sobre temas já presentes na agenda da próxima cúpula do clima. 

Em Brasília, Marina Silva pontuou as questões que precisam alcançar um resultado positivo na negociação da  COP30. Para a ministra, é necessário priorizar:

  • a definição dos indicadores do Objetivo Global de Adaptação (GGA, na sigla em inglês), que visam medir o progresso em direção ao aumento da capacidade adaptativa, fortalecimento da resiliência e redução da vulnerabilidade à mudança do clima. Estabelecida pelo Acordo de Paris, a meta busca ações de adaptação oportunas, escaláveis e específicas, protegendo os mais vulneráveis;

  • o mapa do caminho para o 1.3T. Adotado em Baku na COP29 como forma de mapear fluxos financeiros complementares aos 300 Bi de USD definidos pela Nova Meta Quantificada de Financiamento.

  • o Programa de Trabalho para uma Transição Justa (JTWP, na sigla em inglês), tratado desde a COP27, em 2022, para garantir que a transição para economias e sociedades sustentáveis, em resposta à crise climática, seja realizada de forma justa e equitativa; e 

  • o avanço na implementação da transição para longe dos combustíveis fósseis, consenso alcançado como resultado do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris finalizado na COP28 em Dubai nos Emirados Árabes Unidos. .

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Segundo Marina Silva, o Diálogo dos Emirados Árabes Unidos “trouxe decisões importantes, como as de triplicar as energias renováveis, duplicar a eficiência energética e acabar com o desmatamento até 2030.

“Progressos em relação a esses temas nas sessões de Bonn podem contribuir para evitar riscos e tensões que têm comprometido a confiança mútua do processo multilateral nas COPs”, complementou a ministra.

Da Eco-92 à COP30

No segundo dia, a Sessão de Bonn foi oportuna para a presidência brasileira da COP30 liderar um evento técnico especial focado no avanço de Sinergias entre as três Convenções nascidas na Eco-92. O objetivo foi explorar caminhos para promover coerência e alinhamento entre as três principais convenções internacionais – mudanças climáticas, biodiversidade e combate à desertificação – garantindo a sinergia na agenda ambiental global.

A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, disse que a  sinergia é essencial para enfrentar os desafios ambientais globais de forma integrada, mas que não se pode  perder de vista os compromissos financeiros individuais dos países desenvolvidos em cada uma dessas Convenções. 

“É importante encontrar formas de avançar com sinergia para a implementação das Três Convenções do Rio, como vocês sabem, desde 1992. Acreditamos que Bonn poderá ser uma grande oportunidade para os países da ONU tomarem o primeiro passo para incorporar o tema de sinergias também no regime climático”, disse Toni. 

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Sessão da Conferência do Clima de Bonn debate sinergia entre as três convenções. Foto: Ana Rosa Alves/COP30
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O encontro contou com a presença de representantes de países como Argentina, Armenia, Australia, Azerbaijão, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Dinamarca, União Europeia, Fiji, Japão, Quirguistão, Madagascar, Paquistão, Palau, Peru, Russia, Arábia Saudita, Singapura, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido e Vietnã e foi conduzido pelo coordenador-geral para Engajamento e Articulação da Secretaria de Mudança do Clima do MMA, Hugo Mendes. 

“A busca por sinergia entre as Três Convenções do Rio, desde aspectos mais gerenciais e administrativos, até a implementação de políticas e projetos de restauração florestal e bioeconomia, por exemplo, tem por objetivo promover uma gestão mais eficiente dos recursos financeiros e humanos disponíveis, assim como gerar benefícios ecossistêmicos de modo mais coordenado e efetivo”, reforçou. 

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que reuniu 178 chefes de governo dos países-membros da ONU no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, foi essencial para incorporar o desenvolvimento sustentável no debate público global. 

Como resultado prático da Eco-92, foram estabelecidas três Convenções das Nações Unidas: Mudança do Clima, Diversidade Biológica e Combate à Desertificação. Essas conferências tornaram-se marcos essenciais à formulação de políticas ambientais globais e continuam a orientar as ações nacionais públicas e privadas a favor do desenvolvimento sustentável.

Assessoria Especial de Comunicação Social do MMA
[email protected]
(61) 2028-1227/1051
Acesse o Flickr do MMA 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

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