Tribunal de Justiça de MT
Gestores trocam experiências e fortalecem a eficiência administrativa em curso sobre boas práticas
Tribunal de Justiça de MT
Os encontros da primeira etapa do curso de formação “Disseminação das Boas Práticas de Gestão” começaram nesta terça-feira (4 de novembro). A iniciativa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), voltada a gestores e pretensos gestores, propõe um espaço colaborativo de troca de experiências, padronização de práticas e fortalecimento da cultura de eficiência no serviço judicial.
Instrutora da primeira turma e gestora da 10ª Vara Cível de Cuiabá, Daiane Sabbag David França destacou o caráter participativo da capacitação e o impacto direto das discussões no aprimoramento do trabalho das varas judiciais.
“O compartilhamento gera inspiração, debate e, por votação de maioria, enunciados que vão pautar a conduta de todos aqueles inexperientes ou que querem que suas varas melhorem”, explicou.
Segundo ela, o curso busca equalizar práticas e padronizar condutas administrativas, reforçando que “a teoria da prática” é o que move a eficiência dentro do Judiciário.
“A troca do ‘como fazer’ é algo que não se aprende na universidade. Essa vivência traz equilíbrio e reflete na entrega uniforme ao jurisdicionado. O Tribunal é um só, mas tem muitos rostos, e cada gestor é o rosto do Tribunal”, completou Daiane.
Experiência e renovação lado a lado
Entre os participantes, há quem esteja iniciando a trajetória e quem acumule décadas de dedicação ao Poder Judiciário, em um contraste que enriquece as discussões e exemplifica a diversidade do quadro funcional.
Emanuel Corrêa, analista judiciário do Fórum de Várzea Grande, tomou posse recentemente e já reconhece o valor da capacitação.
“Estou aberto a todas as oportunidades para aprender coisas novas, trocar experiências e conhecer outros servidores. É meu terceiro curso no Tribunal, e vejo o quanto o TJMT é engajado em capacitar seus servidores. Ainda tenho um caminho longo e quero aproveitar cada aprendizado”, externou.
Já Marly Maria da Silva Garcia, servidora com 42 anos de atuação no Poder Judiciário, representa a experiência acumulada que inspira os novos colegas. Para ela, a formação é uma forma de compartilhar vivências e compreender as demandas das diversas unidades, fortalecendo a união entre os gestores e a busca por soluções conjuntas.
“Esse curso é bom porque todos vão ter um conhecimento do que está acontecendo, o que a gente pode melhorar e o que gente pode levar para a nossa unidade das outras realidades”, compartilhou a servidora.
Etapas do curso
A primeira etapa do curso está dividida em quatro turmas, organizadas conforme as áreas de atuação:
· Turma I: Varas Cíveis, Bancárias, de Recuperação Judicial, Ação Coletiva e VEMA – dias 4, 11, 18 e 25/11
· Turma II: Varas da Fazenda Pública e Juizados – dias 5, 12, 18 e 26/11
· Turma III: Varas Criminais, Juizados Criminais e de Violência Doméstica – dias 6, 13, 19 e 27/11
· Turma IV: Varas de Família e da Infância e Juventude – dias 7, 14, 19 e 28/11
Cada turma participa de quatro módulos, totalizando 16 horas-aula presenciais, com encontros realizados na Escola dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso (Esmagis-MT), sempre no período da manhã.
A segunda fase, prevista para fevereiro de 2026, será voltada aos servidores e estagiários das secretarias, com foco técnico-operacional em atos de secretaria das varas cíveis e criminais.
Leia também:
Gestores Judiciários participam de curso voltado à disseminação de boas práticas de gestão
Autor: Vitória Maria Sena
Fotografo: Josi Dias
Departamento: Coordenadoria de Comunicação do TJMT
Email: [email protected]
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Justiça Restaurativa é ferramenta transformadora para alunos e professores, aponta especialista
“Como estão nossas crianças?”. Com este questionamento, a instrutora do curso de Formação em Justiça Restaurativa, facilitadora em Círculos de Construção de Paz e estrategista em Inteligência Relacional, Katiane Boschetti da Silveira, iniciou sua palestra “Justiça Restaurativa na Educação: fundamentos e práticas transformadoras”, proferida no Seminário “Justiça Restaurativa na Educação e na Ambiência Institucional”, nesta sexta-feira (14) na sede do Tribunal de Justiça.
A resposta para a pergunta não foi positiva: conforme dados trazidos pela palestrante, de 2011 para cá, foram registrados 44 ataques em escolas brasileiras, sendo mais de 60% deles após a pandemia, ou seja, após um longo período de distanciamento social. “Nós não nascemos para viver isolados. Nós precisamos do outro para sobreviver, para se autorregular, inclusive”, disse Katiane.
Ela abordou ainda um estudo sobre o perfil dos adolescentes que se envolveram nesses ataques a escolas, que expõe como fator em comum a ausência de perspectiva de futuro. Por outro lado, Katiane Boschetti apresentou uma sugestão. “Perguntem para os nossos jovens quais são os sonhos deles porque, enquanto eles estiverem sonhando, mesmo que seja com algo distante, que pareça que não vai dar certo, enquanto eles estiverem sonhando, eles estão bem”.
Ampliando o panorama para todas as faixas etárias da população, a palestrante destacou que 75% das dores humanas são de natureza social. Katiane abordou ainda dados alarmantes sobre o aumento dos casos de suicídio entre crianças e adolescentes, além de dados relativos aos jovens em cumprimento de medida socioeducativa, cuja grande maioria sofre com a ausência física ou negligência dos pais.
Todas essas informações deixaram Maria Eduarda Pereira de Jesus, professora na Escola Estadual Antônio Ghros, em Água Boa, apavorada. “Me deu um certo medo. Eu fiquei muito preocupada, mas isso me motivou mais ainda para estar colocando em prática o círculo de construção de paz na minha unidade, para poder tentar fazer a diferença”, disse.
O círculo de construção de paz foi apresentado por Katiane como uma ferramenta de transformação social da realidade à qual muitos jovens estão expostos. Trata-se de uma prática coletiva, em que é trabalhada a escuta ativa e o poder de se expressar através da fala, de forma que todos os participantes podem ouvir e ser ouvidos, sobre temas diversos. Por meio de uma parceria entre o Poder Judiciário de Mato Grosso e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), centenas de professores da rede pública já foram capacitados para aplicar o método em suas unidades.
Conforme abordado na palestra, o círculo de paz representa uma forma de resgatar necessidades básicas de todo ser humano, desde crianças e adolescentes, como a busca por justiça, pertencimento, poder e alegria, enquanto valores que dão sentido à vida. “Nós precisamos oportunizar aos nossos jovens um poder saudável. Quando a gente se sente escutado, a gente sente que, de alguma forma, está sendo visto, está sendo cuidado, valorizado. E se eu estou com o poder da palavra, esse é o meu momento”, exemplificou Katiane Boschetti.
Olhar para a família
Ao abordar formas de prevenir o sofrimento emocional entre crianças e adolescentes e suas consequências (como relações interpessoais violentas, evasão escolar, envolvimento com a criminalidade), Katiane Boschetti apontou a necessidade de olhar para as famílias e para os demais ambientes institucionais, como o ambiente de trabalho, pois é onde os pais desses jovens estão inseridos, na maior parte do tempo.
“As escolas são vivas! Elas são reflexo da nossa sociedade. Não tem como a gente ter uma escola 100% saudável e segura se a nossa sociedade e as nossas famílias não estão vivendo dessa forma, fora da escola. Tratam-se das mesmas pessoas”, pontuou.
Olhar para os professores
Em sua palestra, Katiane Boschetti pontuou ainda que 91% dos professores relacionam a sua profissão à felicidade, ou seja, veem a profissão como um propósito de vida. Mas esse propósito, por vezes, se choca com a exaustão encarada na sobrecarga de trabalho. Diante disso, ela ressalta a importância da realização de círculos de construção de paz não somente com os alunos, mas entre os próprios profissionais da Educação.
“O círculo de construção de paz é um convite para que a gente encontre o nosso propósito. Quando eu escuto a história de alguém no círculo, por vezes, eu reencontro o meu propósito pela história do outro”, disse.
Angélica Bueno, mediadora escolar na Escola Estadual Salim Felício, em Cuiabá, concorda. “Se a gente não estiver bem, como vamos ajudar nossos alunos? Como vamos conviver não somente com os alunos, mas com os profissionais dentro da escola?”. Segundo ela, os profissionais da rede estadual já dispõem de cursos voltados para a saúde emocional, mas aponta o círculo de paz como um diferencial. “É uma troca mais humana, mais aquecida”.
Para a professora Maria Eduarda Pereira de Jesus, ter esse olhar voltado para o professor é muito importante porque se ele não estiver bem, não terá condições de exercer sua função. “Como vou cuidar dos meus, se eu não cuido de mim? Então, é uma construção que a gente tem que olhar tanto para os nossos educandos como para os nossos professores”.
A palestrante destacou que a escola, como política social que atinge a todas as pessoas, desde a infância, se mostra como o espaço de transformação social mais potente e promissor. “E a justiça restaurativa pode ser esse movimento de transformação social e o círculo de construção de paz pode ser a ferramenta. A gente precisa fazer ‘círculo’ porque precisa lembrar como é que a gente se relaciona”.
Katiane ressaltou ainda que, em 2023, o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) firmaram acordo para implementar a Justiça Restaurativa no ambiente escolar brasileiro. “Isso é investir pra cuidar de vocês, profissionais da Educação. Se nós queremos comportamentos diferentes, nós podemos e precisamos ensinar que comportamento é esse porque, por vezes, ele não vem de casa”, salientou.
Autor: Celly Silva
Fotografo: Josi Dias
Departamento: Coordenadoria de Comunicação do TJMT
Email: [email protected]
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