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Judiciário chega a Jacaré Valente e inicia preparação para dois dias de atendimentos à população

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A 7ª Expedição Araguaia-Xingu já está em Jacaré Valente, distrito de Confresa (município a 1.027km de Cuiabá), onde o Poder Judiciário de Mato Grosso se prepara para dois dias intensos de serviços à população (05 e 06 de novembro).

A equipe, liderada pelo juiz coordenador da Expedição, José Antônio Bezerra Filho, foi recepcionada pelo prefeito de Confresa, Ricardo Babinski e pela primeira-dama, Jeusa Sipaúba, que também é secretária municipal de Assistência Social, além de outros secretários.

O prefeito destacou que a presença do Judiciário quebra paradigmas. “Muita gente aqui nunca entrou em um Fórum porque a distância e o medo afastam as pessoas dos serviços públicos. Quando o Judiciário vem até a comunidade, ele quebra essa barreira e mostra que a Justiça é para todos”, disse.

Ele relatou a reação dos moradores. “É emocionante ver essa estrutura chegando numa vila tão pequena. A comunidade está mobilizada. Tinha gente que queria vir hoje, antes do início do atendimento. Só quem mora longe entende o que essa presença significa”.

Mais de 1000km – Antes de chegar à comunidade, a comitiva da Expedição Araguaia-Xingu percorreu dezenas de quilômetros de estrada de chão, passando por trechos utilizados para o escoamento da safra e por áreas próximas a terras indígenas. O deslocamento exigiu atenção frente à poeira, pontes estreitas de madeira, lama em alguns pontos e fluxo de carretas.

Após uma parada estratégica para reorganização em Porto Alegre do Norte, o comboio retomou a viagem e entrou em Jacaré Valente no final da tarde desta terça-feira (04 de novembro). No local, as equipes começaram imediatamente a montagem das estruturas de atendimento, incluindo pontos de emissão de documentos, tendas de vacinação e áreas de acolhimento ao público.

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“Foram quase dois dias de estrada até Jacaré Valente. Se para nós já foi desafiador percorrer essa distância, imagine para quem vive aqui e precisa de um serviço público como esse. Estar presente onde a população está é o que dá sentido a essa expedição”, enalteceu o coordenador da Expedição. “Trouxemos toda estrutura do sistema de Justiça e mais de 20 instituições parceiras. Quando o Estado se une, quem ganha é o cidadão”, completou o magistrado ao reforçar o lema “Justiça Presente, Cidadania Preservada”, adotado pela atual gestão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, presidida pelo desembargador José Zuquim Nogueira.

Durante os dois dias de ação em Jacaré Valente, os moradores terão acesso gratuito aos seguintes serviços:

Atendimento jurídico e mediação de conflitos

Emissão de documentos (RG, CPF, certidões, título de eleitor)

Serviços de saúde: vacinação, orientações, prevenção e atendimentos básicos

Atendimentos previdenciários (INSS) e orientação sobre benefícios

Atividades educativas, culturais e esportivas, especialmente voltadas a crianças e adolescentes

Ações ambientais e atendimento do Juizado Volante Ambiental (Juvam)

Atendimento às famílias envolvidas em processos de adoção

A estimativa é atender centenas de pessoas durante os dois dias na Agrovila.

Estrutura e força-tarefa integrada – Nesta edição, a Expedição leva uma força-tarefa inédita do Judiciário, com atendimento jurídico, orientação para conciliação e solução de conflitos, ações de Justiça Restaurativa, apoio a famílias em processo de adoção e atividades de educação ambiental. A iniciativa é coordenada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, com estrutura de serviços do próprio Poder Judiciário por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (Nugjur), Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) e Juizado Volante Ambiental (Juvam).

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Também integram a ação uma ampla rede de parceiros: Defensoria Pública, Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Ministério Público de Mato Grosso, Politec, Justiça Federal, Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Polícia Judiciária Civil (PJC), Companhia de Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Estado de Saúde (SES), Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Somam-se ainda a Receita Federal, Caixa Econômica Federal, INSS, Assembleia Legislativa, Exército Brasileiro, prefeituras dos municípios atendidos e parceiros privados, como Aprosoja, Energisa, Paiaguás Incorporadora e Bom Futuro.

Onde e quando a expedição atenderá

05 e 06/11 — Agrovila Jacaré Valente (Confresa)

08 e 09/11 — Distrito Espigão do Leste (São Félix do Araguaia)

11 e 12/11 — Distrito Veranópolis (Confresa)

Horário de atendimento (todos os locais):

8h às 11h30 | 13h às 17h

Autor: Talita Ormond

Fotografo: Alair Ribeiro

Departamento: Coordenadoria de Comunicação do TJMT

Email: [email protected]

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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Justiça Restaurativa é ferramenta transformadora para alunos e professores, aponta especialista

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“Como estão nossas crianças?”. Com este questionamento, a instrutora do curso de Formação em Justiça Restaurativa, facilitadora em Círculos de Construção de Paz e estrategista em Inteligência Relacional, Katiane Boschetti da Silveira, iniciou sua palestra “Justiça Restaurativa na Educação: fundamentos e práticas transformadoras”, proferida no Seminário “Justiça Restaurativa na Educação e na Ambiência Institucional”, nesta sexta-feira (14) na sede do Tribunal de Justiça.

A resposta para a pergunta não foi positiva: conforme dados trazidos pela palestrante, de 2011 para cá, foram registrados 44 ataques em escolas brasileiras, sendo mais de 60% deles após a pandemia, ou seja, após um longo período de distanciamento social. “Nós não nascemos para viver isolados. Nós precisamos do outro para sobreviver, para se autorregular, inclusive”, disse Katiane.

Ela abordou ainda um estudo sobre o perfil dos adolescentes que se envolveram nesses ataques a escolas, que expõe como fator em comum a ausência de perspectiva de futuro. Por outro lado, Katiane Boschetti apresentou uma sugestão. “Perguntem para os nossos jovens quais são os sonhos deles porque, enquanto eles estiverem sonhando, mesmo que seja com algo distante, que pareça que não vai dar certo, enquanto eles estiverem sonhando, eles estão bem”.

Ampliando o panorama para todas as faixas etárias da população, a palestrante destacou que 75% das dores humanas são de natureza social. Katiane abordou ainda dados alarmantes sobre o aumento dos casos de suicídio entre crianças e adolescentes, além de dados relativos aos jovens em cumprimento de medida socioeducativa, cuja grande maioria sofre com a ausência física ou negligência dos pais.

Todas essas informações deixaram Maria Eduarda Pereira de Jesus, professora na Escola Estadual Antônio Ghros, em Água Boa, apavorada. “Me deu um certo medo. Eu fiquei muito preocupada, mas isso me motivou mais ainda para estar colocando em prática o círculo de construção de paz na minha unidade, para poder tentar fazer a diferença”, disse.

O círculo de construção de paz foi apresentado por Katiane como uma ferramenta de transformação social da realidade à qual muitos jovens estão expostos. Trata-se de uma prática coletiva, em que é trabalhada a escuta ativa e o poder de se expressar através da fala, de forma que todos os participantes podem ouvir e ser ouvidos, sobre temas diversos. Por meio de uma parceria entre o Poder Judiciário de Mato Grosso e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), centenas de professores da rede pública já foram capacitados para aplicar o método em suas unidades.

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Conforme abordado na palestra, o círculo de paz representa uma forma de resgatar necessidades básicas de todo ser humano, desde crianças e adolescentes, como a busca por justiça, pertencimento, poder e alegria, enquanto valores que dão sentido à vida. “Nós precisamos oportunizar aos nossos jovens um poder saudável. Quando a gente se sente escutado, a gente sente que, de alguma forma, está sendo visto, está sendo cuidado, valorizado. E se eu estou com o poder da palavra, esse é o meu momento”, exemplificou Katiane Boschetti.

Olhar para a família

Ao abordar formas de prevenir o sofrimento emocional entre crianças e adolescentes e suas consequências (como relações interpessoais violentas, evasão escolar, envolvimento com a criminalidade), Katiane Boschetti apontou a necessidade de olhar para as famílias e para os demais ambientes institucionais, como o ambiente de trabalho, pois é onde os pais desses jovens estão inseridos, na maior parte do tempo.

“As escolas são vivas! Elas são reflexo da nossa sociedade. Não tem como a gente ter uma escola 100% saudável e segura se a nossa sociedade e as nossas famílias não estão vivendo dessa forma, fora da escola. Tratam-se das mesmas pessoas”, pontuou.

Olhar para os professores

Em sua palestra, Katiane Boschetti pontuou ainda que 91% dos professores relacionam a sua profissão à felicidade, ou seja, veem a profissão como um propósito de vida. Mas esse propósito, por vezes, se choca com a exaustão encarada na sobrecarga de trabalho. Diante disso, ela ressalta a importância da realização de círculos de construção de paz não somente com os alunos, mas entre os próprios profissionais da Educação.

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“O círculo de construção de paz é um convite para que a gente encontre o nosso propósito. Quando eu escuto a história de alguém no círculo, por vezes, eu reencontro o meu propósito pela história do outro”, disse.

Angélica Bueno, mediadora escolar na Escola Estadual Salim Felício, em Cuiabá, concorda. “Se a gente não estiver bem, como vamos ajudar nossos alunos? Como vamos conviver não somente com os alunos, mas com os profissionais dentro da escola?”. Segundo ela, os profissionais da rede estadual já dispõem de cursos voltados para a saúde emocional, mas aponta o círculo de paz como um diferencial. “É uma troca mais humana, mais aquecida”.

Para a professora Maria Eduarda Pereira de Jesus, ter esse olhar voltado para o professor é muito importante porque se ele não estiver bem, não terá condições de exercer sua função. “Como vou cuidar dos meus, se eu não cuido de mim? Então, é uma construção que a gente tem que olhar tanto para os nossos educandos como para os nossos professores”.

A palestrante destacou que a escola, como política social que atinge a todas as pessoas, desde a infância, se mostra como o espaço de transformação social mais potente e promissor. “E a justiça restaurativa pode ser esse movimento de transformação social e o círculo de construção de paz pode ser a ferramenta. A gente precisa fazer ‘círculo’ porque precisa lembrar como é que a gente se relaciona”.

Katiane ressaltou ainda que, em 2023, o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) firmaram acordo para implementar a Justiça Restaurativa no ambiente escolar brasileiro. “Isso é investir pra cuidar de vocês, profissionais da Educação. Se nós queremos comportamentos diferentes, nós podemos e precisamos ensinar que comportamento é esse porque, por vezes, ele não vem de casa”, salientou.

Autor: Celly Silva

Fotografo: Josi Dias

Departamento: Coordenadoria de Comunicação do TJMT

Email: [email protected]

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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