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Mobilização permanente pelo Feminicídio Zero ganha novas adesões no Rio Grande do Sul

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O Ministério das Mulheres recebeu novos parceiros na campanha permanente de mobilização nacional pelo Feminicídio Zero nesta segunda-feira (14). A ministra participou de solenidade na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (ALRS), onde foi formalmente assinada a adesão à campanha da casa legislativa e dos times de futebol Grêmio e Internacional, além da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O evento reuniu autoridades estaduais e federais e a ministra foi enfática ao destacar os dois maiores desafios de sua gestão: igualdade salarial entre mulheres e homens e enfrentamento às violências de gênero.

Cida Gonçalves parabenizou o compromisso da Assembleia, dos clubes de futebol e da Universidade pela adesão e reforçou a importância de o tema estar presente nestes espaços democráticos. “Temos duas grandes mobilizações, uma é o movimento ‘Eu apoio a Igualdade no Trabalho’, para acabar com a diferença salarial de 20,9% entre homens e mulheres que realizam o mesmo trabalho, acabar com a diferença de 50% quando falamos de mulheres negras. Sobre o feminicídio, ele é o último estágio da violência e só o ódio autoriza alguém a fazer isso. Não podemos aceitar a barbárie a partir do corpo das mulheres desse país”, enfatizou a ministra.

Ela também pontuou outras ações da pasta que caminham junto com a campanha pelo Feminicídio Zero, que é a retomada do Programa Mulher Viver Sem Violência – com as Casas e Centros de Referência da Mulher Brasileira para acolhimento e múltiplos atendimentos – e a reestruturação da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180. “Estamos recebendo duas mil ligações por dia e já falei com o presidente que precisamos de recursos para atender quatro, cinco mil ligações/dia. É um serviço importante que tem orientado diversas mulheres, inclusive sob a perspectiva de que não irão perder a guarda de seus filhos, ou suas casas ao romperem uma situação de violência”, relatou a ministra.

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Ao finalizar o discurso, Cida Gonçalves conclamou os homens a participarem mais ativamente da mobilização. “A violência aumentou por conta da cultura do ódio e intolerância que foram colocadas. A participação dos times, dos jogadores, das torcidas organizadas é estratégica. Precisamos dos homens conosco nessa caminhada”, concluiu.

O presidente da ALRS, deputado estadual Pepe Vargas, abriu seu discurso parabenizando o empenho da ministra Cida na construção de uma sociedade justa, com igualdade e livre de violências. “Este ato demonstra o quão importante é a presença de mulheres no Legislativo para tirarmos temas da invisibilidade e do silêncio. Precisamos de mais mulheres em espaços de poder e para isso, necessitamos de um sistema eleitoral em lista intercalada entre homens e mulheres para avançar. A não violência e a igualdade de gênero no trabalho são fundamentais para termos um país mais democrático”, pontuou.

A deputada estadual Stela Farias, coordenadora da Força-Tarefa de Combate aos Feminicídios, agradeceu a presença e o trabalho nacional da ministra e destacou que a adesão é mais um passo em favor das vidas das meninas e mulheres gaúchas. Na oportunidade, ela falou sobre a exposição lançada durante a cerimônia chamada “Arrancadas de Nós – O feminicídio e as histórias que precisam ser contadas”, no Salão Júlio de Castilhos da assembleia. “Cada fotografia representa um grito e cada rosto uma memória que não podemos apagar. A assembleia é o primeiro legislativo do país a aderir a mobilização do Feminicídio Zero e não é por acaso, é a capacidade das mulheres se unirem e transformar dor em luta”, disse. 

O presidente do Grêmio, Alberto Guerra Neto, parabenizou a iniciativa do Ministério das Mulheres e agradeceu a inclusão na lista dos apoiadores. “No Grêmio há um espaço chamado Clube de Todos, que abraça iniciativas importantes como esta do Feminicídio Zero. O Grêmio está totalmente à disposição do Ministério nesta causa”, contou.

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A diretora Feminina e Inclusão do Internacional, Tamarisa Lopes da Silva, declarou que o clube sente-se comprometido com a campanha Feminicídio Zero e no impulsionamento de mais mulheres em cargos de estratégicos de decisão e poder. “Nós somos o maior quadro associativo de mulheres entre os clubes do Brasil, somos 23 mulheres e quando se trata da política do clube, somos 11% de mulheres dentro do conselho deliberativo. Então, não poderíamos ficar de fora e estamos comprometidos: Feminicídio Zero. E o futebol como uma paixão tem que abraçar todas as mulheres”, afirmou, relembrando que o futebol feminino também é uma forma de luta, “porque mulher poder estar onde ela quiser”.

A reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), professora Márcia Barbosa, iniciou sua fala parabenizando o trabalho sério de anos da ministra Cida Gonçalves em defesa dos direitos das mulheres. A professora frisou que a assinatura do termo de adesão à campanha Feminicídio Zero representa o compromisso da universidade com a segurança das mulheres. “Os homens têm medo que as mulheres riam deles, as mulheres têm medo de serem mortas. Há alguns anos nossa universidade fez um estudo que mostrou que 50% das pessoas já tinham sofrido assédio moral e 10% assédio sexual dentro da universidade, isto é inaceitável. É esta semente do assédio que germina e vira lá na frente o feminicídio. Por isso, assumimos um compromisso e estamos fazendo formação para os gestores entenderem esta questão do assédio. Queremos uma universidade que acolha, que proteja as pessoas”, concluiu. 

Ao final do evento foi entregue à ministra uma lista com entidades que apoiam a iniciativa do Feminicídio Zero. 

Fonte: Ministério das Mulheres

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Lei Maria da Penha: integrantes de fórum debatem diretrizes para tramitação de processos de medidas protetivas de urgência

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O Fórum Nacional Permanente de Diálogos com o Sistema de Justiça sobre a Lei Maria da Penha realizou seu primeiro seminário nesta sexta-feira (25), na Escola Superior do Ministério Público da União, em Brasília/DF. O colegiado identificou problemas críticos, como a diversidade de entendimentos judiciais sobre as medidas protetivas de urgência, a revitimização das mulheres e a falta de uniformidade e agilidade nos procedimentos. O encontro busca trocar experiências e apresentar soluções para o aprimoramento da legislação em vigor. 

>> Assista ao evento no canal do Ministério das Mulheres no YouTube.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, falou sobre os desafios da plena implementação da Lei Maria da Penha e frisou a importância do fórum para avançar nas demandas represadas. “Estamos em uma onda grande que eu chamo de ‘pandemia do feminicídio’. […] Isso mostra a gravidade do problema, o que nos exige rapidez nas respostas, eficiência na política e efetivamente salvar a vida das mulheres. É o momento da gente avançar, por isso precisamos ter mais juizados de violência contra as mulheres, precisamos discutir o juizado híbrido para que a gente dê conta de tirar a Lei de Alienação Parental e ter uma alternativa para oferecer para as mulheres e seus filhos. Esse Fórum é muito importante, porque as decisões que são tomadas pelos membros vão nos ajudar a avançar nas políticas públicas”, destacou a ministra.

Ela citou as iniciativas do Ministério como a construção de novas Casas da Mulher Brasileira, a reestruturação da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, a campanha permanente pelo Feminicídio Zero; e, no que tange ao empoderamento econômico das mulheres, ela citou o Movimento pela Igualdade no Trabalho lançado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego neste mês. 

A mesa de abertura contou com explanações da assessora sênior da ONU Mulheres, Wânia Pasinato; da juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo, Teresa Cabral; da coordenadora do Comitê Latino-americano e do Caribe pelos Direitos da Mulher no Brasil (Cladem/Brasil), Milena Calazans; da assessora do MMulheres, Sandra Bazzo; e da coordenadora-geral substituta de Garantia de Direitos e Acesso à Justiça do MMulheres, Ana Maria Martinez, que moderou os debates.

Wânia Pasinato fez uma apresentação sobre o processo de criação do Fórum destacando como o colegiado tem reaproximado o Judiciário e o Executivo. Segundo ela, “os diálogos interinstitucionais pelo fortalecimento da Lei Maria da Penha são fundamentais”. Ela agradeceu ainda o empenho do Ministério das Mulheres e da ONU Mulheres que iniciaram este debate sobre a revisão de algumas medidas em 2023, antes da instituição do fórum. “Temos legislações e compromissos para evitar as violências contra a mulher”, concluiu.

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Já a coordenadora do Cladem/Brasil, Milena Calazans, fez um apanhado histórico da construção da Lei Maria da Penha e de outras normas de proteção à mulher. Ela enalteceu o trabalho do fórum por reunir os principais atores destas legislações e salientou que o colegiado leva em consideração as perspectivas dos diferentes desafios na proteção das mulheres em sua diversidade. 

Milena evidenciou que o Brasil foi o 18º país a ter uma lei de proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar e que o Consórcio Lei Maria da Penha para as medidas protetivas de urgência constatou que a violência é uma questão estrutural e exige respostas em suas variadas dimensões. “O desafio é construir um modelo processual que promova acesso à justiça de forma integral, célere, simplificado e justo para as mulheres em situação de violência doméstica e familiar”, disse a coordenadora acrescentando que “a medida protetiva é que dá a garantia para que as mulheres possam viver em paz”. 

Contribuições às diretrizes

O documento “Diretrizes Propostas para Tramitação de Processos de Medidas Protetivas de Urgência” foi disponibilizado via QRCode e as discussões se estenderam ao longo da tarde. Em oficinas, as participantes abordaram temas como a natureza jurídica das medidas protetivas, o requerimento da medida, a gratuidade judiciária para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, entre outras medidas que podem ser adotadas com base na Lei Maria da Penha. Segundo Ana Maria Martinez, todas as sugestões de incorporações ao documento serão debatidas pelo Fórum nas próximas reuniões do colegiado e o documento final das diretrizes será publicado pelo colegiado.

O Seminário foi encerrado com uma mesa de debates com a participação da integrante do Consórcio Lei Maria da Penha e do Comitê de Peritas da Organização dos Estados Americanos (OEA) do MESECVI, Leila Linhares Barsted, e da juíza do Tribunal de Justiça da Bahia, Andremara dos Santos, além das coordenadoras das oficinas do Seminário: Cristiane Esteves Soares, do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa do Direito das Mulheres do Ministério Público Espírito Santo; Ela Wiecko, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Mulheres (Nepem/Unb); e Samantha Vilarinho Mello Alves, da Defensoria Especializada de Defesa dos Direitos das Mulheres em Situação de Violência de Gênero.

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Participação social

O seminário também contou com a participação de representantes de movimentos sociais, feministas e de mulheres, como Geledés – Instituto da Mulher Negra, Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Criola, Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, entre outrao. A representante do Tamo Juntas, Laina Crisóstomo, divulgou a cartilha “Direitos sexuais e reprodutivos são direitos humanos” lançada pelo coletivo feminista na última semana. A publicação abrange o acolhimento e informações sobre o enfrentamento à violência sexual e acesso ao aborto legal, além do mapeamento da rede de serviços para interrupção da gravidez em casos previstos em lei em todo o território brasileiro. “Estamos vivendo momentos de retrocessos perversos contra mulheres, meninas e pessoas que gestam, então precisamos muito fazer esse debate”, colocou a feminista.

Fórum de Diálogos com o Sistema de Justiça

Instituído em janeiro deste ano com a coordenação do Ministério das Mulheres, o colegiado é composto por representantes de mais de dez órgãos e entidades, entre eles: Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP); Advocacia-Geral da União (AGU); Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid); Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM); Conselho Nacional de Justiça (CNJ); Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM); Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Cocevid); Comissão de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege); Comissão Permanente de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Copevid); ONU Mulheres; Consórcio Lei Maria da Penha; Rede Feminista de Pesquisadoras em Violência Doméstica; e representantes de organizações da sociedade civil convidadas.

Fonte: Ministério das Mulheres

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