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Mulheres ganham 21% menos que homens nas 54 mil empresas com 100 ou mais funcionários
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Aumenta a participação das mulheres no mercado de trabalho, mas a igualdade salarial pouco avançou entre homens e mulheres nas 54.041 empresas com 100 ou mais funcionários. As mulheres estão recebendo 21,2% menos do que recebem os homens em termos de salário médio nestas empresas. Os dados são do 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, lançados nesta segunda-feira, (3), que analisou 19.423.144 vínculos trabalhistas (41,1% são mulheres e 58,9% homens), segundo informações prestadas na RAIS (2 º semestre de 2024 a 1º semestre de 2025). A remuneração média das mulheres é de R$ 3.908,76, já dos homens é de R$ 4.958,43.
“As empresas precisam avançar na construção de planos de ação que promovam a igualdade salarial entre homens e mulheres dentro de suas empresas. Precisamos acelerar esse processo”, afirma a subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Paula Montagner.
“A inserção das mulheres no mercado não basta. É inaceitável que mulheres negras recebam metade do rendimento de homens não negros. Temos como compromisso intensificar medidas que resolvem essas distorções, promovam políticas de apoio, como a ampliação da licença-paternidade e o auxílio-creche. Também é fundamental que toda a sociedade engaje na urgência de redistribuir o trabalho doméstico e valorizar o trabalho de cuidado realizado pelas mulheres. Isso vai permitir que mais mulheres construam suas trajetórias profissionais de forma mais justa e menos penosa”, ressalta a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.
A proporção de mulheres ocupadas aumentou de 40%, em 2023, para 41,1%, em 2025, elevando o número de empregadas de 7,2 milhões para 8,0 milhões. Com isso, aumentou a massa de rendimentos das mulheres, passando de 34,1% para 35% do total. Porém, se a massa de rendimento acompanhasse o aumento das mulheres no mercado de trabalho (41,1%), entrariam R$ 92,7 bilhões na economia. A massa de rendimentos dos homens é de 58,9%.
Os dados do IBGE e PNAD Contínua também apontam o aumento maior das mulheres no mercado de trabalho. Entre o segundo trimestre de 2016 até o segundo trimestre de 2025, as mulheres ocupadas passaram de 37,9 milhões para 44,6 milhões (mais de 6,7 milhões). Já os homens passaram de 51,9 milhões para 57,7 milhões, um aumento de 5,8 milhões.
Os principais motivos apontados pelas empresas para as diferenças salariais são tempo de experiência na empresa (78,7%), metas de produção (64,9%) e plano de cargos e salários ou carreira (56,4%).
O Relatório aponta que, desde 2023, aumentou em 21,1% o número de estabelecimentos com pelo menos 10% de mulheres negras, passando de 29 mil para 35 mil neste segundo semestre de 2025. E, no mesmo período, aumentou em 6,4% o número de estabelecimentos com diferença de até 5% nos salários médios para mulheres e homens, de 16,7 mil para 17,8 mil estabelecimentos.
Permanecem muito elevadas as diferenças salariais entre mulheres negras e homens não negros. A diferença nos salários medianos de admissão é de 33,5% entre mulheres negras (R$1.836,00) e homens não negros (R$2.764,30). Já a diferença do rendimento médio cresce para 53,3% entre mulheres negras (R$2.986,50) e homens não negros (R$6.391,94).
Os dados apontam um pequeno aumento do salário contratual mediano para trabalhadoras dos serviços administrativos (+1,5), trabalhadoras em atividades operacionais (+2,1) e técnicas de nível médio (+0,9); para dirigentes e gerentes (+2,7), mas aumentou a diferença para profissionais em ocupações de nível superior (+3,5).
Os estados com maior diferença salarial de remuneração média são o Paraná (28,5%) e o Rio de Janeiro (28,5%), seguido por Santa Catarina (27,9%), Mato Grosso (27,9%) e Espírito Santo (26,9%). Já os estados com a menor diferença são Piauí (7,2%), Amapá (8,9%), Acre (9,1%) Distrito Federal (9,3%), Pernambuco (10,4%), Ceará (9,9%) e Pernambuco (10,4%).
Fiscalização – A equipe de fiscalização do MTE já realizou 787 ações de fiscalização em 2025, alcançando cerca de um milhão de empregados. Destas, 319 foram concluídas e 468 em andamento. São 154 autos de infração. A equipe continuará a fiscalização, e as empresas precisam comprovar a publicação do seu relatório de igualdade salarial, que é disponibilizado pelo MTE. Das 54.041 empresas, 38.233 baixaram o relatório (71%) no mês de outubro e cerca de 31 mil declararam o endereço eletrônico onde localizar a publicação.
Lei de Transparência Salarial – Sancionada em 3 de julho de 2023, a Lei 14.611 estabelece a obrigatoriedade da igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens. A norma determina que empresas com 100 ou mais empregados adotem medidas para assegurar essa igualdade, como a promoção da transparência salarial, a implementação de mecanismos de fiscalização e a oferta de canais seguros para denúncias de discriminação. A iniciativa é resultado da articulação entre o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério das Mulheres. No Brasil, a igualdade salarial já é garantida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde 1943. No entanto, muitas empresas ainda desrespeitam essa norma.
Ações para promoção da diversidade
Resultado das empresas que prestaram informações adicionais sobre suas ações para promover a diversidade em seus quadros de empregados
· 38,9% políticas de promoção de mulheres
· 29,6% políticas de incentivo à contratação de mulheres;
· 23,1% incentivo à contratação de mulheres negras;
· 19,7% incentivo à contratação de mulheres com deficiência;
· 18,8% incentivo à contratação de pessoas LGBTQIA+
· 18,9% incentivo à contratação de mulheres chefes de família
· 7,8% incentivo à contratação de mulheres indígenas
· 7,3% incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência
Políticas de Apoio à Parentalidade
Para que as mulheres possam ser integradas melhor ao mercado de trabalho importa apoio para licenças-paternidade estendidas e creches para as crianças.
A licença parentalidade estendida para homens e mulheres é objeto de ação para 20,9% das empresas de mais de 100 empregados e o auxílio creche foi mencionado apenas por 21,9% das empresas. Já a flexibilidade da jornada aparece para 44% das empresas.
Do Ministério do Trabalho e Emprego
Fonte: Ministério das Mulheres
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Governo federal coloca mulheres no centro da política climática, afirma ministra Márcia Lopes na COP30
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, reafirmou nesta sexta-feira (14) o compromisso do governo federal de colocar as mulheres como protagonistas na luta contra a crise do clima. Durante sua participação no painel “Justiça Climática com Protagonismo Feminino”, organizado pelo Grupo Mulheres do Brasil como parte da programação da COP das Mulheres, na COP30, ela destacou que a transição climática do país será “justa, inclusiva e terá as mulheres no centro”.
“Não há futuro sustentável sem o protagonismo das mulheres. Quando olhamos para a realidade concreta das mudanças climáticas percebemos que as mulheres estão ao mesmo tempo na linha de frente dos impactos e na linha de frente das soluções”.
A ministra reforçou que na crise climática, a atuação das mulheres passa da vulnerabilidade aos seus efeitos à resiliência para enfrentá-los. “Elas enfrentam enchentes, secas, desastres e perdas econômicas com menos recursos, menos acesso à terra, menos segurança e menos oportunidades e, apesar disso, continuam sustentando comunidades inteiras, organizando redes de cuidado, preservando territórios e reconstruindo o que a crise climática destrói”.
A ministra chamou o mundo para compreender definitivamente as mulheres como protagonistas das respostas climáticas no território brasileiro, por meio da atuação em atividades de manejo sustentável, economia solidária e proteção de florestas e dos saberes tradicionais. “Reconhecer isso não é um gesto simbólico, é uma exigência de eficácia das políticas públicas. Não basta proteger as mulheres, é preciso garantir que elas liderem, opinem, proponham, fiscalizem e transformem”, disse.
Força política das mulheres
A fundadora e líder do Grupo Mulheres do Brasil, Luiza Trajano, destacou a urgência de incluir as mulheres em sua diversidade na elaboração de políticas públicas e enfatizou a força do movimento para dialogar e influenciar as esferas de poder.
“Política pública que muda o país. Não vai depender dos ministros que estão aqui. E com 136 mil mulheres trabalhando e dialogando, não tem nenhum senador nem deputado que não olhe para nós. A gente está no mundo inteiro A gente não quer mulheres só na política. Era obrigatório trazer as mulheres da periferia. Era obrigatório trazer as mulheres”, declarou Trajano.
Cartilha Mulheres nas Ações Climáticas
Durante o evento, a ministra Márcia apresentou a cartilha “Mulheres nas Ações Climáticas”, produzida pelo Ministério das Mulheres, por meio da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política (Senatp) e a Agência Alemã de Cooperação Internacional GIZ. De acordo com Lopes, o documento, resultado do diálogo com movimentos e lideranças territoriais, evidencia com clareza a vulnerabilidade das mulheres frente à crise climática.
Fonte: Ministério das Mulheres
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