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Um novo olhar sobre a influência do horário gratuito nas eleições de 2024 / Por Gisela Simona

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Começou a propaganda eleitoral em Rádio e TV. Como deputada federal e presidente do diretório do União Brasil, na capital mato-grossense, vejo o horário gratuito como um momento propício para que os candidadatos que disputam a majoritária, em especial, para aqueles que buscam o comando da Prefeitura de Cuiabá mostrem propostas bem para além das narrativas e dos discursos. Sobretudo, distante dos ataques rasteiros, das fake news e das trocas de farpas.

Propostas que reorganizem uma capital, caixa de ressonância do Estado, que está estruturalmente abandonada. Alvo de 21 operações policiais por conta de corrupção e de enormes esquemas de desvio de dinheiro público. Sem falar de uma saúde novamente colapsada com o retorno da Pasta para as mãos do atual gestor da capital, após o fim da Intervenção decretada, na época, de março a dezembro de 2023, pela Justiça de Mato Grosso.

Pois enquanto esteve sob o comando do Gabinete Estadual de Intervenção, até por conta do absoluto caos que reinava na saúde de Cuiabá, unidades foram reabertas, reformadas e outras inauguradas. As longas filas de espera para as cirurgias foram reduzidas, houve um aumento de 129% em consultas e procedimentos nas UPAs e policlínicas, além da reativação de 17 UTIs e 53 leitos de enfermaria. Período, inclusive, que veio à tona que centenas de pacientes chegaram a aguardar até seis anos a realização de uma cirurgia e inúmeros morreram à espera dela.

Venho frisando em minhas viagens pelo interior sobre a importância de dialogar com a população e observar que algo novamente mudou na forma de falar com o eleitor. Em especial, para o União Brasil que terá em Mato Grosso 1.327 candidaturas, 96 a prefeito, 30 vice-prefeito e o restante disputando cadeiras nas câmaras de vereadores, nos 142 municípios.

Claro que a gente sabe que as últimas eleições foram realizadas sob a égide das redes sociais, de seu movimento rápido e que elas vieram para ficar. Contudo, nestas eleições tenho percebido um movimento interessante em favor do resgate, na credibilidade da propaganda eleitoral em rádio e tevê.

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É como se ela voltasse a ficar na moda, o que não é difícil de entender, porque se nesta rede interligada de computadores todos passaram a ser protagonistas, igualmente, muitos acabaram comprando ‘gato por lebre’ com a invasão das fakes news. Assim, propostas mais urgentes que pudessem contribuir para sedimentar a igualdade, com base na equidade, foram esvaziadas em nome de ‘mentiras deslavadas’, que ganharam a credibilidade que não mereciam. Principalmente, em período eleitoral no Brasil, quando o TSE sempre constata um volume gigantesco de notícias falsas, compartilhadas como verdades incontestáveis, muitas delas se tornando combustível para uma verdadeira ‘máquina de ódio’.

É sob este olhar que acredito como, aliás, muitos articulistas políticos comungam, que o retorno da credibilidade do programa eleitoral gratuito está ocorrendo até porque é mais difícil a disseminação da fake news. Que se pauta, comumente, em uma notícia metirosa, uma meia verdade ou uma situação fora de contexto. Mas em todas essas possibilidades falando para as bolhas certas o que elas querem ouvir ou temem ouvir.

Soma-se a este novo momento a reconstrução imagética de que o horário gratuito oferece credibilidade e influência sobre o eleitor. Homens e mulheres que compreendem que a base da política pública é a reorganização das instituições, na construção de alternativas públicas que em todas as suas fases apontem perspectivas de mudança em favor das pessoas.

Outra novidade que promete ampliar o protagonismo dos candidatos são as mudanças realizadas nas regras para a distribuição do tempo de Rádio e de TV, atualizada este ano pela Resolução nº 23.732/2024. Como a exigência que partidos políticos e federações destinem tempo proporcional no rádio e na televisão a mulheres e candidaturas de pessoas negras.

Para as mulheres, deve ser assegurado um mínimo de 30% desse tempo. Uma vitória que será dividida, de acordo com dados do TSE, com 155 mil candidatas de um total de 456,3 mil candidaturas registradas para disputar as eleições deste ano em todo o país. Portanto, 33% do chamado tempo de antena será destinado a elas. Do total de mulheres, mais da metade (80,6 mil) são negras. Entre os homens, há 141,4 mil negros, o equivalente a 46,9% das candidaturas masculinas.

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Além do tempo nos veiculos de comunicação de massa, as agremiações terão ainda que destinar para candidaturas femininas e de pessoas negras uma quantia proporcional de recursos públicos recebidos do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas. Já que o objetivo é garantir a viabilidade dessas candidaturas e dar efetividade à política afirmativa, de forma que os cidadãos tenham a oportunidade de conhecer essas pessoas que buscam se eleger.

Mudanças que não só fortalecem a democracia como também garantem igualdade de oportunidades no processo eleitoral para aqueles que buscam na política, um assento nas mesas de decisões. Desta forma, precisando dialogar com seriedade áreas-chaves como uma educação de qualidade que esteja associada à valorização. Com programas que assegurem melhorias nas escolas municipais, com infraestrutura adequada, merenda de qualidade, material didático moderno e formação continuada para os professores.

Que mostre um plano robusto de mobilidade urbana, célere e viável, capaz de promover a recuperação das vias públicas, além de um transporte coletivo eficiente, com alternativas sustentáveis.

Programas que apontem medidas públicas que incentivem o crescimento econômico, que ajudem a combater a desigualdade social, integrem comunidades marginalizadas e promova a inclusão. Alternativas práticas que façam o enfrentamento a violência contra a mulher, na busca de consolidar uma cultura anti-machista.

Mas, sobretudo, candidatos que convençam o eleitor que vão inserir mais transparência na gestão pública, com prestação de contas clara e rigorosa. Em planos que modernizem a administração, assegurando que recursos sejam usados de forma eficiente e sem uma corrupção que insiste em se naturalizar entre nós.

Mais do que isto, programas de governo que visibilizem aquelas pessoas que estão há anos em silêncio forçado, vivendo à margem de uma sociedade que enverniza seus sonhos e cada vez mais os distanciam da prática.

Gisela Simona é cuiabana, advogada e deputada federal pelo União Brasil

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Quebrando o silêncio e encorajando: “Se precisar, peça ajuda” / Por: Virgínia Mendes

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Falar sobre saúde mental é algo desafiador nos tempos que vivemos, mas precisamos quebrar o silêncio e abordar esse assunto. Quantas pessoas estão, neste momento, passando por agonia, sem saber por onde começar? Muitas questões estão acumuladas no subconsciente, transformando a vida em uma aflição, quando, na verdade, a vida é um presente, uma dádiva.

No Brasil, o mês de setembro passou a ser dedicado a essa discussão a partir de 2015, por diferentes entidades que buscam esclarecer a população sobre o tema, usando a cor amarela. Assim surgiu o “Setembro Amarelo”. No entanto, uma campanha internacional teve início nos Estados Unidos após a trágica morte do jovem norte-americano Mike Emme, que tinha 17 anos. A família e os amigos não perceberam que Mike precisava de ajuda, e ele acabou tirando a própria vida.

Recentemente, a família do jovem norte-americano concedeu uma entrevista a um veículo de comunicação e compartilhou a dor da perda, que nunca tem fim para a família e os amigos. Contudo, ao olharem para a mobilização gerada pela morte do filho e a compaixão em ajudar outras pessoas a enfrentar problemas semelhantes por meio das campanhas, o sentimento de dor se transformou em uma missão de ajudar o próximo.

Histórias como essa estão por toda parte. Como mãe, esposa e atualmente servindo à população como primeira-dama do Estado, tenho a responsabilidade de falar sobre o assunto. Quero encorajar as pessoas a olhar mais para o próximo. Não estou falando de cuidar da vida do outro, mas de tentar perceber sinais que podem estar atormentando aqueles ao nosso lado. Da mesma forma, encorajo as pessoas que estão passando por problemas a encontrar um porto seguro e conversar com alguém; esse é o primeiro passo. Os sintomas do suicídio são silenciosos, e o escape se dá com a depressão, e nem sempre conseguimos identificar esses sinais.

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Especialistas alertam que a depressão é uma doença psicológica grave e frequentemente subestimada, que pode levar ao suicídio. Caracterizada por alterações de humor, às vezes uma pessoa que demonstra uma alegria constante pode estar escondendo uma dor; tristeza profunda; baixa autoestima e sensação de falta de perspectiva. A depressão pode ter várias causas, incluindo fatores genéticos, perdas pessoais, desilusão amorosa e abuso de substâncias.

A doença faz com que a pessoa se sinta envergonhada, rejeitada e solitária, e, devido à sua subestimação social, pode levar a pensamentos suicidas como uma forma de escapar das angústias. É crucial buscar acompanhamento profissional para o tratamento da depressão, o qual pode reduzir significativamente o risco de suicídio.

Se você está passando por um momento difícil, saiba que não está sozinho(a). Pedir ajuda é um ato de coragem. Converse com alguém de confiança, procure um profissional e, se precisar, ligue para o CVV: 188.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil, 12,6% dos homens, a cada 100 mil, em comparação com 5,4% das mulheres, a cada 100 mil, morrem devido ao suicídio. A única maneira de ajudar uma pessoa que está com pensamentos suicidas é o apoio de pessoas próximas e profissionais. Se precisar, peça ajuda; esse é o melhor caminho. Nem sempre conseguimos superar nossas fragilidades sozinhos. Além dos familiares e amigos, procure um profissional habilitado. O processo não é fácil, mas, com determinação e fé, a superação é uma questão de tempo.

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Quem acompanha meu trabalho sabe que já passei por inúmeros desafios com minha saúde, momentos delicados. A única coisa que eu pensava era como superar algo que não dependia apenas de mim. Todas as doenças que enfrentei e a minha superação diária vão além da minha força de vontade. No meu caso, a fé em Deus, a minha família e a ajuda profissional foram primordiais, pois há momentos em que o corpo e a mente cansam. É nesse momento que precisamos ser humildes o suficiente para dizer: “Sim, eu preciso de ajuda”.

A vida é maravilhosa; a vida é um presente diário. “Se precisar, peça ajuda.”

Virginia Mendes é economista, mãe de três filhos, primeira-dama de MT e voluntária nas ações de Governo na área social por meio da Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família (UNAF).

Clique no Instagram Virgínia Mendes 

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